Por que uma filosofia da linguagem?
JACOB, A. Introdução à filosofia da linguagem, Porto: Rés, 1984, pp.7-15
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Por que uma disciplina distinta
intitulada filosofia da linguagem?
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Linguagem: não é uma evidência?
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Filosofia da Linguagem não
seria inútil?:
a) refere-se a uma atividade que desvia da ação;
b) o modo filosófico de abordagem possui uma reputação de passar o
tempo em discussões inúteis
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Refutação:
a) precariedade da teoria da evidência – toda experiência possui
falhas, quanto mais um fenômeno é difundido e importante (evidente?) mais ele é
problemático;
b) uma filosofia da linguagem nos coloca uma interrogação basilar a
do sentido, sobretudo, o sentido da existência.
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Conclusão: “a linguagem é mais
do que linguagem e ela tem sem dúvidas ligações particulares com o que se
convenciona em chamar de filosofia”
* Há
um lugar para uma filosofia da linguagem?
1) Filosofia e
Ciência da Linguagem
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Desde Platão (Crátilo) há
aproximações gerais entre filosofia e linguagem: origem e natureza da linguagem
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Costuma-se a chamar
[erroneamente ou não] os estudos da linguagem anteriores ao século XIX de
“teorias da linguagem”: não admitindo-os como filosóficos
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3 argumentos em favor da
existência de uma determinada concepção de filosofia na fase pré-científica das
teorias da linguagem [Chomsky]:
a) reflexão científica e sincrética da linguagem: análises
metodicamente conduzidas no plano morfo-sintático ou no plano fonético;
b) estudos de linguística estrutural – de matiz behaviorista
(positivista); c) estudos antropológicos da linguagem – relação linguagem e
sujeito
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Identificação de uma filosofia
da linguagem na relação com as ciências da linguagem (prefiguração sincrética
ou prolongamento sintético)
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Visão de Piaget: o fato de
cientificamente se isolar a linguagem depreendendo dela elementos autônomos é
reconhecer nela um campo lingüístico que nada deva à sociologia nem a
psicologia e por isso mesmo filosófico quando esta reitera o conjunto das
experiências humanas.
2) Linguagem e
Realidade
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Linguística de F. de Saussure:
fazer abstrações da materialidade das manifestações da linguagem para
depreender formas (estruturas e não substâncias)
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Recolocação das questões sobre
a relação entre linguagem e as coisas: aprimorar as relações entre texto e
contexto
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“encarando a experiência como
um texto a decifrar, atinge-se o ponto de fusão entre linguagem e realidade”
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As relações entre linguagem e
realidade: abrem a questão da realidade da própria linguagem: “Sua autonomia
está ligada aos indivíduos que a utilizam ou sua dependência para com as
estruturas semióticas obriga a conferir a estas uma determinada
transcendência?”
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Polarização e/ou redução da
abordagem da fonte da linguagem: a) faz-se dela uma essência superior de
procedência divina (Verbo Divino) ou ligada a uma ordem simbólica de que
dependeriam todas as manifestações significantes – não transposição do mistério
para um debate filosófico; b) redução reflexiológica (a linguagem se inscreve
no comportamento um sistema de sinalização) – cientificismo naturalista
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O paradoxo mostra que a
linguagem é mais do linguagem: abertura de um campo de reflexão filosófico da
linguagem
3) Problemática
da linguagem e falsos problemas
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Cuidados para que aporias não
tornem-se falsos problemas
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O problema da origem da
linguagem
4) Duplo lugar
da Filosofia da Linguagem
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1º Lugar: Na perspectiva
“crítica” de Cassirer: para além da antropologia humboldtiana e contra as
teorias antitéticas de inspiração teológica e naturalista
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2º Lugar: Em relação à ciências
da linguagem (lingüística) e às extensões semióticas
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Uma filosofia da linguagem
supõe:
a) abertura com as outras ciências humanas como: psicologia,
etnoculturalismo, sócio-linguíticas;
b) uma teorização unitária que corresponderia uma antropologia da
linguagem
F
Conclusões:
a) uma filosofia da linguagem dialogante com as ciências;
b) recusa de um horizonte metafísico
c)
suponha o ser humano e seus mecanismos como horizonte de compreensão
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